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Jandira Feghali (RJ), líder do PCdoB na Câmara dos Deputados (Foto: Agência Câmara) |
Os líderes dos partidos progressistas na Câmara dos
Deputados se manifestaram sobre a nova composição da Casa com perfil mais
conservador. Para a líder do PCdoB na Câmara, deputada Jandira Feghali (RJ), a
criminalização da política nos últimos anos contribuiu para que a população não
se interessasse pelo processo eleitoral deste ano. E o líder do PT da Câmara,
deputado Vicentinho (SP), aposta na mobilização da sociedade para combater esse
conservadorismo no Legislativo federal.
Segundo Jandira, “muitas bandeiras trazidas pela sociedade
nas manifestações de junho de 2013 terão dificuldades de avançar no Congresso
em 2015."
“Se, por um lado, junho de 2013 foi um marco histórico neste
país, reunindo milhares nas ruas por melhorias na educação, na saúde, no
transporte público e contra a corrupção, também foi um momento aproveitado pela
grande mídia brasileira para fazer uma grande propaganda antipolítica e contra
a esquerda”, explica Jandira.
Para ela, “foi uma criminalização da política tão profunda,
que fez com que muitos eleitores não conseguissem sequer prestar atenção ao
horário eleitoral gratuito, não quisessem receber e ler os materiais de
prestação de contas, de qualificação do seu próprio voto ou buscar o voto
consciente, num processo que define a vida do Brasil.”
Segundo Jandira ainda, “muitas bandeiras trazidas pela
sociedade nas manifestações de junho de 2013 terão dificuldades de avançar no
Congresso em 2015, dado o conservadorismo de sua nova composição. Isso é
preocupante para a sociedade brasileira. Os parlamentares democratas,
progressistas, de esquerda ou não, precisam assumir as duas bandeiras estruturantes
deste país, que é a reforma política e a reforma dos meios de comunicação”,
reforça.
Mobilização popular
“A nossa bancada tem uma prática já adotada nos momentos
mais difíceis e quando éramos minoria, que é a de trazer o povo para participar
das decisões. Se nesta legislatura foi fundamental a participação do povo, esse
próximo período legislativo vai exigir cada vez mais a participação da
sociedade”, sinalizou Vicentinho.
De acordou com o petista, ou o povo se mexe ou “serão
votados projetos horríveis contra os direitos humanos e contra as conquistas
dos trabalhadores”. Para o líder, caso haja ameaça de retrocesso de direitos, a
saída será a mobilização popular. “A receita é essa. Não tem outro jeito”.
Para Vicentinho, o novo do perfil da Câmara não é bom para a
história do parlamento brasileiro. “A Câmara ficou mais conservadora e isso é
ruim. Agora, o povo votou. Inocente ou não, mas votou. Teremos que trabalhar
com essa nova realidade”, ponderou o líder do PT.
Levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria
Parlamentar (Diap) revela que, desde o pós-1964, esse novo Congresso que surge
das urnas, é o mais conservador. As eleições de 2014, segundo o Diap, traz para
o Legislativo um contingente maior de representação de militares, religiosos,
ruralistas entre outros.
Entre os refluxos apontados pelo estudo do Diap, encontra-se
a bancada sindical. Esse setor caiu de 83 para 46 representantes. Para
Vicentinho, essa diminuição, aliada ao crescimento significativo de setores
empresariais, pode colocar em risco as conquistas dos trabalhadores com
investida nos direitos sindicais, trabalhistas e previdenciários.
De Brasília
Márcia Xavier
Com assessorias
(www.pcdob.org.br)
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