Questão de respeito


Respeito é a palavra, o sentimento, que o mundo deve às mulheres. Com respeito vem o reconhecimento e a igualdade; com a igualdade, a harmonia. De tudo que se tem falado, se tem lutado, essa é a chave da questão. Uma questão de respeito.

Quantas vezes fomos injustos, indiferentes, arrogantes e desrespeitosos com elas. Chegou o momento do reconhecimento.

Trabalhar, procriar, criar, entender, suportar, consolar, amar. E depois de tudo, ainda sentar-se no canto e esperar por um gesto de reconhecimento, de amor.

O que querem as mulheres? Depois de tudo que vi e ouvi: amor, claro, como todos nós, mas antes de tudo, RESPEITO E RECONHECIMENTO. Só isso, e o mundo ainda insiste em virar-lhe a face.

Humilhada e desprezada em seus direitos mais básicos e essenciais, a mulher resiste como uma montanha imponente, armada com sua garra e sua resistência diária.

Uma vez escrevi sobre minha mãe Terezinha, nos seus 80 anos, “ela que foi forjada, sobretudo, na imensa fé e na inexpugnável catedral do espiritualismo”: “Sua palavra sempre foi um vento de esperança e fé, como também a ordem de quem sempre desejou fazer e ensinar a coisa certa. E quantas vezes fomos ingratos por isso, e depois quantas e quantas vezes também choramos nossas lágrimas de arrependimento por não escutá-la. Ela queria, e quer, somente que sejamos felizes, honestos e justos”. Acho que vale para todas as mulheres.

Sempre que nós homens prestamos homenagens às mulheres, nos vem a imagem da mãe. Considero normal essa atitude. Entretanto esquecemos as outras almas, e assim, muitas vezes inocentemente, não nos damos conta de que elas são iguais a nós, com seus sonhos, suas lutas, suas quedas e reviravoltas, seu brilhantismo poético das guerreiras invencíveis, suas ânsias, sua vontade de mudar o mundo pra melhor, seu desejo eterno de sentar-se à mesa e determinar também, e justamente, nossos destinos.

É preciso mergulhar na alma e na sua incrível e emocionante capacidade de superação, lembrar das vitórias que conquistou quando tudo parecia perdido.

Temos que celebrá-las como celebramos a vida, a família, o trabalho e a felicidade. Celebrar as eternas e boas lembranças em nome de todas elas.

“A mulher tem na face dois brilhantes/Condutores fiéis do seu destino./Quem não ama o sorriso feminino/Desconhece a poesia de Cervantes”, diz o trecho da música. Perfeito.

Que a noite fria se evapore, e olhemos agora para um novo mundo. Comando e poder, igualdade, respeito, reconhecimento, amor, é uma dívida que temos e que, por dever, devemos liquidá-la, agora mesmo.

Esqueçamos hoje as estatísticas, as injustiças, para virar a página, e escrever um novo presente, antes que a história nos prenda na masmorra da ingratidão e da maldade.

 E como usei muito a palavra “sempre” nesse texto, “Que todos os dias do resto de nossas vidas sejam sempre um 8 de Março”.

Sempre te esperei, e agora que chegou sinto-me tão pequeno. Mas pronto pra ti honrar, definitivamente.



Publicado originalmente em www.jornalcorreiopopular.com, coluna de quinta, 8/3

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