A roda da malandragem

Um comércio medonho, agasalhado na corrupção oficial, se apodera da alma, dos sentimentos e das finanças das famílias menos ou mais avisadas das curvas da morte. Isso há anos. Com a conivência do Poder Público. E ninguém faz nada. O direito de sepultar, ou dar destino justo à “matéria” dos nossos, depende de uma licitação.

Como tratam as pessoas, fede com o nojo da indignação.

Vender urnas funerárias, caixões, para a Prefeitura dá lucro, bastante lucro, rende dinheiro, e alimenta a cadeia da indústria do sepultamento.

Apenas uma funerária em Imperatriz tem o direito, adquirido em licitação sabe-se lá como conduzida, de ‘fornecer’ urnas funerárias a pessoas carentes que precisam sepultar parentes. Apenas a urna. Os outros ‘serviços funerários’ têm que ser pagos por aqueles que, diante da dor e da inesperada perda, só querem velar e enterrar com dignidade alguém que lhe é importante.

O assunto é velho, por isso mesmo chato, mas como permanece atual devemos meter o dedo na ferida.

Na sessão de terça última da Câmara de Vereadores, ressurgiu com alguma relevância, mas foi abafado pela votação dos reajustes salariais eleitoreiros do prefeito Madeira, o mesmo que veda os olhos para esta situação.

Ponto para o vereador Chiquim da Diferro, mesmo com suas intenções políticas, que ressuscitou a discussão. Bateu duro nessa indústria nojenta, mórbida, traiçoeira e corruptiva.

A vereadora Fátima Avelino, ex-secretária de Ação Social, foi esclarecedora: além dessa licitação, paga com o dinheiro público, há grana prevista para o tal ‘auxílio funerário’ prevista em lei que regulamenta a assistência social. Grana, por sinal, que não sai dos cofres municipais.

Cogitaram em convocar novamente o tal Sindicato das Funerárias, para mais um blá blá blá. Tudo conversa fiada.

Funciona assim: o parente do morto, sem dinheiro, procura o vereador, que procura a funerária, que se dispõe a fornecer a urna – paga, claro, pelo contribuinte -, mas esta não fornece vestimenta, flores, traslado do corpo nem banca a taxa de sepultamento. Cobra o ‘serviço’ do vereador, que fica indignado, liga para o prefeito ou para a mulher do prefeito. Como nada se resolve, a funerária lava as mãos, e o parente do morto procura outra, acorda o pagamento, e gasta mais uma grana que não tem. O vereador demonstra solidariedade, diz que nada tem a ver com aquilo, e ainda consola a vítima do golpe.

E a roda da malandragem continua.

       

       






Um comentário:

  1. Essa malandragen é no brasil todo. fica dificil de resolver as coisas porque todo mundo ta um amarrado com o outro. cabe o ministerio publico entra com uma ação. e eu digo Madeira neleskkkkkkkkkkkkkkkkkkk cada povo tem o governo que merece kkkkk - Zé de Souza - Imperatriz-Ma

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