ELEIÇÕES 2012: 2009 É SUFICIENTE PARA MADEIRA?

A bolha está se esvaziando. Nada será como no ano passado. O “inferno astral” parece prolongar-se além das previsões oficiais, e a cada dia o governo do prefeito Sebastião Madeira perde credibilidade, consistência, apoios; cai na avaliação do eleitor. O cenário daqui pra frente são maior antipatia na periferia, por causa de promessas que nunca serão cumpridas, novos adversários e uma pressão popular constante e crescente.
2009 foi o ano de ouro para Madeira. Um passeio espetacular, que se vislumbrava ainda em 2008, com a vitória esmagadora sobre os adversários, um fenômeno eleitoral jamais visto na história de Imperatriz. Mas...
Chegou 2010. O cofre secou, a saúde entrou em colapso, as obras minguaram, as brigas internas e os interesses de grupos aliados abalaram as estruturas administrativas e minaram a credibilidade política do prefeito. As chuvas destruíram ruas e bairros, o clamor de insatisfação é latente, e os rescaldos do incêndio da disputa eleitoral deste ano ainda não exterminados. Agora, novamente vêem as chuvas, e Madeira não consegue mais dormir.
Até março, abril, maio de 2011, teremos a cena da tragédia e da terra arrasada. Resta o segundo semestre. Muito pouco, para quem não tem plano de governo nem dinheiro.
Depois entraremos em 2012, ano de eleição, tempo em que obras esbarram na legislação eleitoral. Antes, porém, outra vez as chuvas para atormentar o prefeito.
Apenas 2009 será o suficiente para Madeira arrancar a reeleição?
O plano midiático oficial já foi por água abaixo. O supersecretário Roberto Alencar (Infraestrutura) sumiu – aparecia diariamente nos programas de TV ao lado do prefeito. O “chefão” Liberato (Receita), tido como a reserva moral do governo, parece apenas o homem da chave do cofre – arrecada pouco, e falta-lhe imaginação para buscar mais recursos, ou criar alternativas para aplicação do dinheiro. A “prefeita de plantão”, Conceição Madeira, mais bate na mesa que apresenta resultados positivos na Saúde. Na Sedes, há uma guerra de mutilação. Na Educação, os dias de Zeziel Ribeiro estão contados.
Na linha do pesadelo madeirista, surgem agora adversários em potencial. Na linha de frente, Hamilton Miranda, o ex-eterno correligionário, presidente da Câmara, que sonha todos os dias em sentar na cadeira mais desejada do Município. Sanches, que sem apoio de Madeira, conseguiu espetacular votação para deputado federal com uma campanha sem dinheiro, tocada no corpo a corpo, literalmente. Também há João Batista, Léo Cunha e seu irmão Ribinha Cunha, Dr. Pádua, professor Marco Aurélio (representante da esquerda esfacelada), e ainda o ex-prefeito Ildon, que tem eleitorado cativo...  
Resta a Madeira o apoio – ou a “parceria” – da governadora Roseana. O pouco que fez, aliás, em 2010, foi graças à governadora – asfalto e dinheiro para a Saúde. Mas com os deslizes e sempre indecisão, proposital, do prefeito, a parceria terá que ser costurada ponto a ponto – na campanha, sua assessoria divulgou informação dizendo que ele sempre foi Jackson; após a eleição, afirmava que Madeira pretendia continuar “parceria” com a governadora.
Tudo muito claro, para o (e)leitor entender. Ou seja, jogo duplo, nem Mané nem João, mas ao mesmo tempo com Mané e João desde criancinha.
Esse é o cenário. O prefeito que tentará a reeleição com a mesmice de sempre, feita apenas no primeiro ano de seu governo.

Um comentário:

  1. Carlos Henrique,

    Concordo com sua leitura da conjuntura atual e futura.
    Madeira ainda tem uma duas cartadas: a primeira e por o bloco na rua apostando na vitória de Serra a outra será pedir emprestado as promessas de Roseana para que tenha alguma obra de Impacto em ano eleitoral. Pena que nos dois cenários saem perdendo os trabalhadores e as periferias de nossa cidade, mais ainda bem que temos o secretário atuante da defesa civil com seu aparato de remoção e alojamento.

    Um abraço.

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