Detalhes importantes nos trazem uma visão mais crítica do quadro. Passada a eleição estadual e às portas do segundo turno da disputa presidencial, voltemos os olhos à aldeia para entender um pouco do papel desempenhado até agora no pleito pelo prefeito Sebastião Madeira e de sua relação ambígua com a governadora reeleita Roseana Sarney.
Num gesto de estadista, Roseana teve até agora um comportamento ético com o atual prefeito, diferentemente do que Jackson Lago manteve com o ex-prefeito Ildon Marques, fechando-lhe as portas e negando a Imperatriz os recursos do Tesouro Estadual. O ex-prefeito “comeu o pão que o diabo amassou”.
Com Madeira, Roseana fechou os olhos para a política partidária e deu todo o apoio à gestão do prefeito tucano – além de concluir as obras deixadas inacabadas por Jackson (ponte, estádio, rodoviária), a governadora destinou dinheiro para asfalto, que Madeira colocou aonde quis, e injetou recursos na Saúde.
Até aí tudo bem. Salvo pelo gongo, Madeira fez juras de amor à governadora, deixando escapar a interlocutores que não seria besta de ficar contra “essa mulher”, pois ela iria ganhar a eleição, e na disputa federal Dilma levaria no primeiro turno. Acrescentava que se ficasse contra os dois governos (de Roseana e Dilma), estaria f..., - é isso mesmo, uma expressão não compatível com o cargo que ocupa.
Mas eis que de repente, uma mudança de perspectiva, uma virada de comportamento. Iludido por “pesquisas”, Madeira flutuou no canto da sereia. Achava plausível um segundo turno no Maranhão e acreditava até num clima de derrota de Roseana. O quê fez então? Botou o bloco na rua, e foi ao horário eleitoral para dedicar todo seu apoio a Jackson. Apregoou que as obras que Roseana estava concluindo eram realizadas com recursos que o Jackson destinou para Imperatriz e ela havia tomado. Nesse instante ele tinha como certa a derrota dela, Roseana.
Porém, nova guinada. Como diz um “observador” das coisas da política local, “Madeira pula do galho, mas não pula da árvore”. Com a vitória de Roseana assegurada no primeiro turno, o prefeito orientou seu pessoal para seguir com a governadora.
A estratégia se repete agora. Com uma pequena possibilidade de Serra disputar para ganhar nesse segundo turno da batalha presidencial, Madeira se proclama o tucano mais importante do Maranhão. Colocou carro de som nas ruas de Imperatriz pedindo voto para Serra, pressionou seu grupo a entrar na campanha e, pessoalmente, comanda a colagem de adesivos do candidato em esquinas e feiras.
É o caminho tortuoso da política.
Madeira já brada agora: se Serra ganhar, a governadora terá que falar com ele (Madeira), numa inversão de posição, que o coloca mais uma vez no tabuleiro das ambigüidades e das contradições.
O próximo capítulo da trama tucana começa depois do dia 31 de outubro.
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