O governador Flávio Dino (PCdoB-MA) participou da audiência pública
no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, na última quinta-feira, 9. Na ocasião, ele apresentou uma série de abusos e irregularidades
cometidas por emissoras de TV da família Sarney e seus aliados na
campanha de 2014 no Maranhão. O encontro tratou da exposição de
candidatos no rádio e na televisão.
Foi a primeira vez que os crimes cometidos pelos veículos de
comunicação na campanha de 2014 no Estado foram expostos numa audiência
pública na Justiça Eleitoral.
O governador do Maranhão afirmou que o maior grupo midiático do
estado, filiado à rede Globo, é controlado pela família Sarney. Em
seguida, Dino apresentou um estudo demonstrando que em 2014, quando
Roseana Sarney era governadora, a cobertura do jornal O Estado do Maranhão era extremamente favorável ao governo. Em 2015, com a troca de gestão, o quadro se inverteu abruptamente.
“No último ano do governo da senhora Roseana Sarney, só tinha notícia
positiva. Em 2015, no dia 1º de janeiro, como por encanto, o Maranhão,
que era o paraíso na Terra, se transmudou em um inferno sobre a Terra”,
afirmou o governador.
O estudo, intitulado de Manchetômetro, mostra que em 2014 a abordagem
positiva dada ao Maranhão pelo jornal da família Sarney era de 66%. Em
2015, foi de 8%, em 2016, 5%; e no primeiro semestre de 2017, 3%.
“Todas essas manchetes são reproduzidas numa imensa rede de rádio em
todo o Estado, das cinco da manhã até meia noite. E são veiculadas
também na TV e nos portais de internet. Ou seja, é multiplicado por
milhões de ouvintes e leitores”, disse Flávio Dino.
Terror na campanha
O governador Flávio Dino apresentou também o que chamou de “cinco filminhos de terror” da campanha de 2014.
Um dos filmes mostra o apresentador de um debate agradecendo à esposa
de Edinho Lobão, candidato do PMDB apoiado pelos Sarney, e impedindo o
então candidato Flávio Dino de falar sobre um tema. “Qual o remédio
jurídico para uma situação dessa? Qual a reparação possível?”, perguntou
o governador na audiência no TSE.
Outra peça mostra o apresentador de um telejornal da TV Mirante que,
ao entrevistar Flávio Dino, concentrou quase todas as perguntas em um
único assunto: comunismo. Para outros temas restaram apenas 30 da
entrevista. “Eu achava que era uma emissora de TV, mas descobri que era
uma repartição do DOPS, do DOI-CODI”, ironizou Dino, referindo-se a
órgãos da ditadura militar. “Claro que o adversário foi perguntado sobre
saúde, segurança, etc. Isso é liberdade de expressão?”, indagou ao
final o governador do PCdoB.
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