Os poetas do jornalismo já eram.
Hoje, pensam os oportunistas, basta apertar uma tecla e o céu da sabedoria, da justiça, da razão, da verdade, se abrem como as portas do Paraíso. Os velhos cronistas estão ultrapassados.
Sinceramente: tecnologia, que seria um amanhecer, agora é a boca da noite da extorsão, da falsidade, da mentira e da ideologia negra da hipocrisia, da dissimulação. E os Mestres e os Pupilos engolem tudo isso como a verdade. Os mestres, interessados na sua horinha de estrela, claro, têm que garantir o empreguinho cômodo, a explicação “lógica” “contra as opressões”. Esse é o ambiente.
Quem contestar o ambiente “internético”, e as “regras”, tá fora.
Tanta gente que deve explicações...Vixe!
É uma cela da ditadura.
Todos pensando que fazem sua hora, mas na verdade vendem suas almas pela sobrevivência.
Tudo é muito concreto – duro, firme, direto, a verdade absoluta.
O modelo está estabelecido. Não o de Cuba, nem dos americanos. Nem dos latino-americanos, nem do Oriente Médio, nem dos muçulmanos, nem dos budistas, nem dos cristãos, nem dos chineses, mas...
A gente conhece tanta falsidade, e tanta bandidagem, e tanta ladroagem. De todos os lados, e de tudo é quanto corrente.
E ninguém escreve mais sobre o quintal da casa, nem sobre a árvore, nem as missas de domingo, nem sobre a mangueira e o rio, muito menos sobre as ruas, os amores, as tristezas, as felicidades, os artistas preferidos, as músicas e os filmes que pregaram na pele. Hoje, tudo é a pregação televisiva, consumismo, celular da hora, academia, visita ao médico, vitaminas. E a infelicidade, ó...
Não podemos mais comer o que queremos, nem beber, nem fumar. Somos todos da pré-história. Que bom seria se fôssemos da pré-história da inocência. Mas não somos. E os crimes mais bárbaros batem à nossa porta, e derramam seu sangue verde da indiferença. Vá entender. E as mães, os pais e os avós choram silenciosamente. E ainda queremos que a Justiça e a Polícia resolvam tudo.
Não há respeito, não há mais passado. Somos vítimas da instantaneidade, do futuro presente.
Não somos mais os filhos da chuva.