CRISTINA CAMARGO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
22/07/2014 11h26
A exemplo do deputado federal Tiririca (PR-SP), que concorre
à reeleição, outros 253 candidatos nas eleições deste ano declararam saber
apenas ler e escrever –ou seja, que não completaram nem sequer o ensino
fundamental.
O número representa 1,02% do total de 24.899 candidatos à
Presidência da República, governos estaduais, Senado, Câmara dos Deputados e
Assembleias Legislativas.
Em 2010, a votação de Tiririca foi a maior do país: 1,3
milhão de votos. Eleito a partir de uma campanha baseada no humor, ele provocou
polêmica ao divulgar sua candidatura usando o bordão "pior que está não
fica", numa referência à imagem do Congresso. Também precisou lidar com a
suspeita de que seria analfabeto, condição vetada a candidatos. Depois de
eleito, foi submetido a um teste de alfabetização no TRE (Tribunal Regional
Eleitoral) de São Paulo e passou.
No ano em que Tiririca foi eleito, 132 (0,586%) dos 22.538
candidatos declararam saber apenas ler e escrever. Os analfabetos são
considerados inelegíveis no Brasil. Para disputar um cargo eletivo, é preciso
pelo menos saber ler e escrever.
De acordo com as estatísticas do TSE (Tribunal Superior
Eleitoral), o maior percentual de candidatos nessa condição está entre
postulantes a deputado estadual: 182 (1,12%) dos 16.235 homens e mulheres que
concorrem às Assembleias Legislativas apenas leem e escrevem. Entre os que
disputam uma vaga na Câmara dos Deputados, 65 (0,96%) de um total de 6.749 não
frequentaram o ensino fundamental.
Um dos 181 candidatos ao Senado está nessa condição. É
Moacir Cruz dos Santos, o Bila (PPL-SE). Ele é servidor público municipal. Não
há candidatos nessa situação entre os que disputam a Presidência da República e
governos estaduais.
A maioria dos candidatos (45,84%) declararam ter ensino
superior completo. Neste caso, o maior percentual está entre os que disputam a
vice-presidência da República: 100% concluíram o ensino superior. Entre os onze
candidatos à Presidência, o metalúrgico José Maria de Almeida (PSTU) tem o
ensino médio completo e o jornalista Levy Fidelix (PRTB) possui ensino superior
incompleto. Os outros nove concluíram o ensino superior.
Em São Paulo, o empresário Paulo Skaf (PMDB), candidato ao
governo, corrigiu a informação sobre sua escolaridade na Justiça Eleitoral. No
registro, disse ter curso superior completo. Depois, retificou para incompleto,
porque não concluiu a graduação em administração.
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