Madeira em entrevista na tv: declarações foram "tiro no pé", dizem professores |
O que seria
uma tentativa de explicar diretamente à população os motivos pelos quais a
Prefeitura se recusa a conceder reajuste salarial aos professores, acabou irritando
a categoria e nesta quarta-feira o movimento ganhou novas adesões.
Em
entrevista a uma emissora de tv na manhã de ontem, o prefeito Sebastião Madeira
tentou justificar sua decisão de enfrentar os grevistas. Alegou que a inflação
e a queda na arrecadação municipal, além da redução nos repasses federais, impedem o reajuste.
“O momento é
de crise econômica nacional e, principalmente, aqui em Imperatriz. Para se ter
uma ideia, a receita própria do Município era entre 6,5 milhões e 7 milhões,
sendo que, atualmente está em torno de R$ 4 milhões”, afirmou.
“[...] milagre ninguém faz. Só paga
quando tem dinheiro. Já tivemos momentos graves em outras administrações que
nem a folha foi possível pagar”, disse o prefeito, segundo matéria distribuída
por sua assessoria.
Mas o que
mais irritou os professores foi a declaração desastrada do prefeito de que só
em 2016, quando o Município começa a arrecadar o ICMS da Suzano Papel e
Celulose será possível conceder reajuste salarial aos funcionalismo.
Trecho da
matéria de sua assessoria diz que “Ele enfatizou que a arrecadação do Município
sofreu uma redução de quase R$ 3 milhões”, seguida de uma declaração: “É que nestes últimos três anos, tínhamos a
Suzano que pagava ISSQN (Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza), mas
terminou a construção e esse imposto acabou. Vamos ter o ICMS (Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços), porém somente a partir de 2016, quando
vai entrar plenamente nos cofres do município em 2017”.
Para o
prefeito, ainda de acordo com o texto oficial, “seria leviano e irresponsável
assumir um compromisso que o município não tem condições de custear”.
Ocupação
A greve dos
professores, que não foi encampada por toda a categoria, já dura 87 dias.
O movimento
radicalizou após o prefeito se negar a conceder o reajuste na data-base da
categoria, em maio. Aos poucos foi perdendo adesões, mas ganhou forte
visibilidade na mídia estadual, e foi também destaque no noticiário nacional.
O movimento liderado pelo Sindicato dos Trabalhadores em
Estabelecimentos de Ensino de Imperatriz (Steei), chegou a ocupar a Prefeitura e durante quatro dias os professores permaneceram acampados em frente ao prédio.
Uma liminar obtida pela Prefeitura determinou a desocupação do prédio e obrigou os manifestantes a manterem uma distância mínima de 500 metros de qualquer prédio público.
Uma outra ação pedindo uma decisão sobre a legalidade ou não da greve ainda não foi apreciada pela Justiça.
Foto1:
Sidney Rodrigues
Foto2: Steei
Nenhum comentário:
Postar um comentário