A frase que intitula este texto seria, dizem os historiadores, de Maria Antonieta rainha da França. A frase foi dita as vésperas da grande revolução de 1789.
Por Ismael Cardoso*, no Portal da UJS
A França vivia um completo caos econômico, pelo menos em meio à população pobre. Os motivos são diversos, desde a guerra de independência americana que os franceses ajudaram a financiar pelos seus interesses contra a Inglaterra, passando pela guerra dos sete anos somada a uma grave crise de colheita, deixaram o povo francês literalmente sem pão. Esta situação contrastava com o luxo dos palácios, as festas e a gastança generalizada. Em síntese uma monarquia completamente alheia à situação miserável do povo. Foi neste momento que a rainha Maria Antonieta, ao ser cobrada pela falta de pão dos seus súditos disse, “se o povo não tem pão, que comam brioches”!
A revolução francesa entrou para história pelo seu significado, extensão e violência. Foi na revolução francesa que se iniciou a prática da decapitação das cabeças dos inimigos da revolução. A primeira pessoa a ter sua cabeça decapitada pelos revoltosos foi o comandante da Bastilha. A Bastilha era uma prisão, local de tortura e execução dos inimigos da coroa francesa.
A prática de decapitar os inimigos tomou tamanha proporção que foi na França revolucionária que se inventou a guilhotina. A guilhotina foi a última coisa que Maria Antonieta teve contato.
A história tem coincidências muito sinistras. O Maranhão, que no passado fora uma colônia francesa, decapita os prisioneiros em sua própria Bastilha, o Presídio de Pedrinhas, infelizmente presos contra presos.
O Maranhão, governado há décadas pela família Sarney, tem um índice de desenvolvimento humano igual ao do Brasil em 1980, que era de 0,683. Mais de 40% dos domicílios urbanos vivem com meio salário mínimo, tem a segunda maior taxa de mortalidade infantil (39,2 por mil nascidos vivos), e a segunda menor expectativa de vida no Brasil (67,6 anos). Esta é a consequência de cinquenta anos de uma oligarquia a frente do Estado, ou seria monarquia?
O poder da família Sarney parece infinito dentro das estruturas do Estado, não nos esqueçamos do caso do falecido governador Jackson Lago, depois de eleito foi deposto no tapetão, pois, os Sarney controlam a justiça. Mas também controlam a mídia, afinal, a Globo do Maranhão é propriedade dos Sarney. Não se enganem com a cobertura da mídia que depois de cinquenta anos descobriu que o Maranhão, vejam vocês, não é um primor de desenvolvimento social e econômico. O que está em jogo na cobertura da grande imprensa é o apoio dos Sarney ao governo Dilma.
É uma calamidade a situação do povo no Maranhão, cinquenta anos de governantes completamente alheios às necessidades do povo criaram este caldeirão de sangue e miséria.
A licitação de lagostas entre outras comidas refinadas em meio a este caos maranhense soa como a frase de Maria Antonieta ao famélico povo francês, “se o povo não tem pão, que comam brioches”. Seria Roseana Sarney a nossa Maria Antonieta?
*Ismael Cardoso é estudante na USP, diretor nacional de comunicação e solidariedade internacional da UJS
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