Nem o mais
do mesmo, mas a mesmice do mesmo. Repetida nos programas eleitorais, mostra a
incapacidade criativa dos candidatos majoritários e à Câmara dos Vereadores,
batendo nas velhas promessas, na retórica por vezes populista e longe de uma
realidade administrativa, financeira e política.
Muito fácil
dizer que se vai fazer e acontecer, que se vai defender e promover direitos, garantir
conquistas, ampliar programas, executar obras básicas sem especificar como e
com quais instrumentos, sejam políticos, financeiros ou jurídicos.
A eleição
municipal é, por característica, no Brasil, o embate paroquial de grupos,
partidos ou candidatos e suas claques, sem debate sério, sem esclarecimentos,
sem discussão do que se pode ou não fazer, sem preocupação com a ética e a
cidadania. É feita, e quase sempre mal feita, de cima para baixo, enfiando
promessas e propostas de goela abaixo no eleitor, sem o mínimo de cerimônia,
responsabilidade e senso democrático.
É o show de
quinta categoria dos programas de tv e das propagandas ambulantes, dos
panfletos inflamados ou narcisistas, dos ‘santinhos’ dos santos-do-pau-oco.
Em tempos de
apreensão e desconfiança nas instituições, em era de recuos e quebras de
confiança, em quadras de degradação moral, ética, política e parlamentar, em
momento de crise latente e profunda em cuja abóboda abrigam-se as mais podres
aspirações de falsos salvadores, o eleitor, coitado, ainda é coisa descartável,
nesse sentido mesmo, de nada valer ou de nada influir.
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