José de Abreu esteve na campanha com Dilma e estava com ela no pronunciamento da vitória da candidata eleita
ANA PAULA SOUSA
DE SÃO PAULO
Há nomes para todos os gostos. Do ator José de Abreu, conhecido pelos papeis de major e capataz, ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, são muitas e variadas as supostas candidaturas ao Ministério da Cultura (MinC).
Apesar de até as paredes da Esplanada dos Ministérios saberem que o MinC está longe de ser peça central no xadrez do novo governo, bastou Dilma Rousseff ser eleita para que fosse a dada a largada para uma corrida com um quê de corrida maluca.
Dentre os intelectuais ligados ao PT, Emir Sader e Marilena Chaui são dois dos nomes mais fortes. Sader articulou o encontro que deu origem ao abaixo-assinado de artistas e intelectuais a favor da candidata de Lula.
O evento, além de chamar a atenção para Sader, teria encolhido as possibilidades de Juca Ferreira, o atual ministro, continuar no cargo.
É que o ato foi amparado pela campanha de Rousseff, e não pelo MinC. O MinC, ao contrário, teria tido dificuldades para unir nomes da cultura em torno do PT em decorrência dos cabos-de-guerra gerados pelos projetos de alteração da Lei Rouanet e dos direitos autorais.
Ferreira, que rompeu com o PV para apoiar Rousseff, não tem, hoje, o esteio político que a negociação de cargos, na formação de um novo governo, costuma exigir.
Da administração Lula, surge a figura de Celso Amorim. A quem associa o nome do ministro ao presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, ou às discussões sobre o acordo do clima, cabe lembrar que, nos anos 70, ele presidiu a Embrafilme.
TV E TELEFONEMAS
No campo do PMDB, despontam o escritor Fernando Morais, o prefeito de Ouro Preto, Ângelo Oswaldo, e o eterno candidato Marcos Vilaça, presidente da Academia Brasileira de Letras, próximo ao senador José Sarney.
A lista contempla, ainda, os políticos de carreira: a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), o deputado Angelo Vanhoni (PT-PR) e, no caso de o PCdoB perder o Ministério dos Esportes, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
Na ala dos artistas, José de Abreu, que recepcionou Rousseff no debate da Globo e foi papagaio de pirata em seu discurso após a eleição, é tido, dentro do PT, como alguém que "apostou todas as fichas". Quem também tem dado vários telefonemas para ver se tem chances é o músico Wagner Tiso.
Não custa lembrar que, em 2002, também eram muitos os nomes que, a esta altura do jogo, giravam na roleta da cultura. Mas, na hora H, o presidente Lula tirou da cartola o nome de Gilberto Gil.
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