O Palácio dos Leões, através do secretário de Saúde, Ricardo Murad, aperta os parafusos para esvaziar a histórica Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada pela Câmara de Vereadores de Imperatriz para investigar a má gestão, administração de recursos e a falta de investimentos na Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema).
Liderada pelos oposicionistas do governo Madeira e da governadora Roseana, a CPI já é um marco na política maranhense, a primeira a investigar um órgão público diretamente. Isso tem incomodado o sistema às vésperas de uma sucessão estadual.
Sucateada, com equipamentos ultrapassados e apontada como a pior prestadora do serviço público maranhense, a unidade da Caema de Imperatriz não tem autonomia financeira, cobra esgoto de quem mora aonde não existe rede coletora e sofre com a politicagem na sua administração. Além de perder milhões de reais por mês de sua arrecadação por ineficiência ou incompetência.
Assinada por 12 vereadores, inclusive por parlamentares da base madeirista, a CPI corre sério risco de afundar antes mesmo de começar a coleta de depoimentos.
Durante a crise da falta de água que atingiu a cidade por cinco dias em razão do rompimento da adutora do rio Tocantins, o prefeito sumiu e nenhuma autoridade municipal se pronunciou oficialmente sobre o caso. Explica-se: a Prefeitura é um dos maiores devedores da companhia - vive de pegar certidões negativas de débitos de curto prazo para viabilizar seus convênios - e o prefeito é sombra da governadora.
O secretário Ricardo Murad, estupefato diante da derrota do seu aliado Madeira na Câmara, reagiu ao seu estilo: primeiro assoprou ("Estamos à disposição dos vereadores para esclarecer o que desejarem"); depois bateu, passando um pito nos vereadores ("Temos muito respeito pela Câmara de Imperatriz, mas acreditamos que houve um equívoco quanto ao modo escolhido para resolver os problemas que o município está passando em relação ao abastecimento d’água").
Como se vê, sem o apoio da direção da Casa e da Prefeitura, e pressionada pelo Palácio dos Leões, a CPI da Caema deve resistir às pressões e ao assédio, caso contrário - para usar o termo cunhado pela imprensa brasileira - acabará em pizza. Pizza de panelada.
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