Bolsonaristas NÃO querem projeto que torna pedofilia crime hediondo

Todos os partidos aliados do presidente Bolsonaro na Câmara dos Deputados orientaram suas bancadas a votar contra a inversão de pauta na sessão desta quarta-feira (19) que daria prioridade para discussão de um projeto de lei que torna a pedofilia crime hediondo. Resultado: por 224 votos a 135, barraram a matéria. Foi o dia que a pedofilia venceu no Brasil. 

Agora, a votação do projeto não tem data para acontecer. 

PCdoB, PSOL, PT e Cidadania orientaram voto a favor da prioridade para o projeto.

"Isso demonstra que a prioridade do atual governo nunca foi a defesa das crianças e adolescentes", disse a deputada Vivi Reis (PSOL/PA).

O deputado federal Márcio Jerry (PCdoB/MA) protestou. "É mais um absurdo. É mais uma confirmação do quanto Bolsonaro sabe que teve mesmo uma atitude pedófila", escreveu em sua conta no Twetter, referindo-se ao episódio em que Bolsonaro diz na internet que 'pintou um clima' quando viu meninas venezuelanas menores de 15 anos na periferia de Brasília, insinuando que elas estavam ali se preparando "pra fazer programa".   

Citando a deputada Vivi Reis, "para a base do governo é mais importante blindar o presidente do que aprovar projetos efetivos sobre o combate a pedofilia". 

Houve exceções na base governista, como Carla Zambelli (PL-SP) e Clarissa Garotinho (União-RJ) — uma das coautoras do PL —, mas a grande maioria desse grupo votou contra a prioridade.

"Não existe mais senso de família, senso de humanidade", lamentou o deputado Junior Bozzella (União-SP), que votou para priorizar o projeto, indo contra a orientação do seu partido. 

O orçamento para serviços de proteção social especial, que em 2014, no governo Dilma Rousseff chegou a ter mais de 1 bilhão de reais, veio caindo no governo Bolsonaro, mais de 99%, com previsão de apenas 15 milhões de reais para 2023.


(*) Crime Hediondo: Em Direito Penal, é um adjetivo que qualifica o crime que, por sua natureza, causa repulsa. O crime hediondo é inafiançável e insuscetível de graça, indulto ou anistia, fiança e liberdade provisória.

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