Senadora suplente assumirá vaga de Flávio Dino

Ana Paula Lobato (esq.) assumirá o mandato quando Flávio Dino assumir o Ministério da Justiça e Segurança

Ana Paula Lobato assegurou que irá trabalhar com muita determinação por um Brasil mais justo e menos desigual.  “Substituirei o senador Flávio Dino quando ele assumir o Ministério da Justiça no governo Lula, com a certeza de que faremos muito pelos mais necessitados e lutaremos por justiça social. O país voltará a sorrir”, disse. 

Acompanhada do esposo, o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão, deputado Othelino Neto (PCdoB), e de familiares, a atual vice-prefeita de Pinheiro foi diplomada 1a. suplente do senador eleito Flávio Dino (PSB) pelo Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE/MA) no último dia 17.

“Hoje é um dia de muita alegria para mim, mas, sobretudo, um dia de reafirmar meu compromisso com o povo maranhense”, afirmou. 

Na cerimônia, também foram diplomados o governador Carlos Brandão (PSB), o vice eleito, Felipe Camarão (PT),  o senador eleito Flávio Dino, 18 deputados federais, 42 estaduais e os dois primeiros suplentes de cada coligação. 

O diploma, entregue pelo Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão, certifica que o eleito está com o registro de candidatura deferido e cumpriu todas as formalidades previstas na Constituição Federal, tornando-o apto para a posse do seu mandato a partir de 1º fevereiro de 2023.

 

DENÚNCIA | Weverton e Maranhãozinho envolvidos com 'laranjas' no orçamento secreto do Congresso?


Reportagem da revista piauí, publicada no UOL, denuncia que os dois parlamentares do Maranhão usaram laranjas para direcionar emendas à saúde em municípios maranhenses com suposto objetivo eleitoral. 


"No dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) poderá julgar, definitivamente, a inconstitucionalidade do orçamento secreto, um novo documento comprova que o Congresso descumpre a decisão do próprio Supremo exigindo transparência sobre os autores das indicações de emendas de relator-geral. Dois ofícios assinados pelo relator do orçamento de 2022, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), nos dias 8 e 25 de novembro, atestam a omissão deliberada de informações que, pela decisão do Supremo de novembro de 2021, deveriam ter sido publicadas na internet. E comprovam o uso de laranjas na liberação de emendas do orçamento secreto.

Esses dois documentos, obtidos pela piauí, foram redigidos por Leal em resposta a questionamentos do deputado Hildo Rocha (MDB-MA). O deputado maranhense queria saber quem era o parlamentar responsável por um conjunto de 32 indicações assinadas por 20 pessoas diferentes no Sindorc — o Sistema de Indicação Orçamentária, criado pelo Congresso para, teoricamente, dar transparência às indicações de emendas de relator (RP-9), base do orçamento secreto. Somadas, essas indicações geraram um desembolso de cerca de 51 milhões de reais do Sistema Único de Saúde (SUS)"... 

CLIQUE NO LINK PARA LER A REPORTAGEM COMPLETA https://piaui.folha.uol.com.br/documentos-provam-que-congresso-usa-laranjas-no-orcamento-secreto/




 

PCdoB/MA reúne direção no sábado (20)

Deputado federal Márcio Jerry, presidente estadual do partido

 O PCdoB do Maranhão reunirá sua direção estadual no próximo sábado (20), em São Luís, em evento interno de debate político e diretrizes partidárias.

O deputado federal e presidente estadual do partido, Márcio Jerry, confirmou a presença dos cinco deputados estaduais eleitos e da suplente de senadora eleita, Lourdinha, e também a participação da dirigente nacional Nádia Campelo.

Prêmio

A edição deste ano do Prêmio José Augusto Mochel acontece no dia 12 de dezembro, às 18h30, também na capital do estado. Entre os homenageados, o cantor e compositor Josias Sobrinho, o médico Hamilton Raposo e o fotógrafo Edgar Rocha. 

Decreto institui homenagem a padre Elias; quem foi ele?

Na sessão desta última quarta-feira, 30 de novembro, o plenário da Câmara de Vereadores de Imperatriz aprovou o Decreto Legislativo nº 74/2022, de autoria do vereador Zesiel Ribeiro (professor, ex-secretário municipal de Educação), que institui a “Medalha Padre Domingos Elias da Costa Morais”. Diz a justificativa do documento, que "... Na história de nossa cidade, o padre Elias foi sucessor de Frei Manoel Procópio do Coração de Maria (frei Manoel Procópio, oficialmente o fundador da cidade) e é considerado o precursor do ensino escolar de Imperatriz".

A data histórica da fundação da cidade é 16 de julho de 1852, três anos após a partida de uma expedição militar e religiosa do porto de Belém, em 26 de junho de 1849, liderada por Frei Manoel Procópio, também capelão da expedição. A povoação foi batizada inicialmente de Colônia Militar de Santa Tereza do Tocantins. Em 27 de agosto de 1856, a lei n.º 398 criou a Vila Nova de Imperatriz, nome em homenagem à imperatriz Tereza Cristina. Com o tempo, sua denominação foi sendo simplificada pela população, havendo documentos anteriores à Abolição em que a vila é mencionada simplesmente como Imperatriz. Em 22 de abril de 1924, no governo Godofredo Viana (Lei n.º 1.179), a povoação eleva-se à categoria de cidade.

O historiador, jornalista, editor e escritor Adalberto Franklin (Adalberto Franklin Pereira de Castro, 1962-2017) diz em seu "Breve História de Imperatriz" (Ética, 2005) que "O ensino oficial das letras demorou a chegar a Imperatriz. Uma lei provincial de 1864, dois anos depois do estabelecimento da sede da vila, criara “duas cadeiras de primeiras, com o ordenado anual de 600 mil réis na Vila Nova da Imperatriz, sendo uma para o sexo masculino e outra para o sexo feminino”. A intenção, porém, não saiu do papel".

Adalberto Franklin cita o registro feito pela professora, historiadora e escritora Edelvira Marques (Edelvira Marques de Morais Barros, 1930-2007), autora de "Eu, Imperatriz", considerado o primeiro livro exclusivamente sobre a história do município:

"Diz Edelvira Barros que o padre Domingos Elias da Costa Morais, sucessor de frei Manoel Procópio, contrariado com essa situação, vai a São Luís e faz protestos na imprensa contra o descaso do governo da Província para com esta vila, tendo de lá retornado com recursos para abrir uma escola de primeiras letras".

Também em seu livro, o escritor imperatrizense nascido no Piauí anota que "Em seu Dicionário histórico-geográfico da Província do Maranhão, publicado em 1870, César Marques reitera que "A aula primária, desde que foi criada, não teve professor em exercício. Condoído de ver aquela pobre gente privada até do ensino das primeiras letras, abriu esse bom vigário uma aula que, desde outubro de 1867, tem sustentado gratuitamente". "Em muitas fazendas, porém, os jovens eram alfabetizados pelos próprios familiares ou por um mestre-escola contratado, como foi costume nos sertões até a metade do século XX", escreve Adalberto Franklin.

Entre 1866 e 1901 há registros de professores 'interinos' lecionando no longínquo município; eram escolhidos numa espécie de concurso, mas não se 'acostumavam' em lugares remotos, como acontecia em outras regiões do estado - após algum tempo, uns pediam transferência para vilas mais próximas da capital, outros talvez por causa de remuneração baixa.

A importância então da intercessão e da missão abraçada por Frei Elias em lutar para manter uma estrutura, mesmo que precária, para alfabetizar uns tantos poucos selecionados entre aqueles que se dispunham a labutar numa sala de aula modesta e com poucos recursos didáticos.

Confesso que minha pesquisa foi rápida e superficial nas ferramentas de busca e pesquisa da internet sobre o frei, mas apenas essas duas citações sobre ele nos trabalhos de Adalberto Franklin e Edelvira Marques são facilmente encontradas. Não existe retrato ou gravura de sua fisionomia conhecidos, pelo menos acessível ao público leigo.

No excelente artigo científico "Gênese de uma escola católica e estratégias femininas no Maranhão novecentista", sobre o papel das irmãs Capuchinhas na educação e a fundação da Escola Santa Teresinha, em 1924, a professora Maria Aparecida Corrêa Custódia, do Grupo de Pesquisas sobre História das Instituições, Práticas Educativas e Sujeitos Históricos da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), campus Imperatriz, relata essa dificuldade das pequenas comunidades do Maranhão em recrutar e manter professores das primeiras letras, centrando foco na esquecida Imperatriz do final do século 19, começo do 20. Porém, não há citação sobre o trabalho de frei Elias. 

Talvez - ou provavelmente - existam registros nos arquivos da Diocese de Imperatriz e/ou da paróquia de Santa Teresa d'Ávila. Um trabalho para profissionais, historiadores de verdade, numa cidade em que a memória histórica é simplesmente esquecida, que não tem sequer um museu para reverenciar aqueles que fizeram sua história e de suas instituições.   

 

PS: Texto aberto a informações, contribuições, sugestões, críticas.



 

Quem foi Maria Firmina dos Reis, maranhense, considerada a primeira romancista brasileira

Até hoje seu rosto verdadeiro é desconhecido; em uma gravura de época, aparece com o rosto de uma mulher branca (Arte: Revista Cult)

Helô D'Angelo

(REVISTA CULT - CLIQUE AQUI)

São Luís, 11 de agosto de 1860. Logo nas primeiras páginas do jornal A Moderação, anunciava-se o lançamento do romance Úrsula, “original brasileiro”. O anúncio poderia passar despercebido, mas algo chamava atenção em suas últimas linhas: a autoria feminina da “exma. Sra. D. Maria Firmina dos Reis, professora pública em Guimarães”. Foi assim, por meio de uma simples nota, que a cidade de São Luís conheceu Maria Firmina dos Reis – considerada a primeira escritora brasileira, pioneira na crítica antiescravista da nossa literatura.

Negra, filha de mãe branca e pai negro, registrada sob o nome de um pai ilegítimo e nascida na Ilha de São Luis, no Maranhão, Maria Firmina dos Reis (1822 – 1917) fez de seu primeiro romance, Úrsula (1859), algo até então impensável: um instrumento de crítica à escravidão por meio da humanização de personagens escravizados.

“Em sua literatura, os escravos são nobres e generosos. Estão em pé de igualdade com os brancos e, quando a autora dá voz a eles, deixa que eles mesmos contem suas tragédias. O que já é um salto imenso em relação a outros textos abolicionistas”, conta a professora Régia Agostinho da Silva, professora da Universidade Federal do Maranhão e autora do artigo “A mente, essa ninguém pode escravizar: Maria Firmina dos Reis e a escrita feita por mulheres no Maranhão”.



Além de ter se lançado em um gênero literário sem precedentes no Brasil – e dado as diretrizes para os romances abolicionistas que apareceriam apenas décadas depois -, Firmina foi a primeira mulher a ser aprovada em um concurso público no Maranhão para o cargo de professora de primário. Com o próprio salário, sustentava-se sozinha em uma época em que isso era incomum e até mal visto para mulheres. Oito anos antes da Lei Áurea, criou a primeira escola mista para meninos e meninas – que não chegou a durar três anos, tamanho escândalo que causou na cidade de Maçaricó, em Guimarães, onde foi aberta.

“A autora era bem conhecida para os maranhenses do seu tempo. Professora, gozava de certa circularidade nos jornais. Apesar de mulher, não era um pária social no período no qual viveu, mas claro que enfrentou o silenciamento da sua obra”, conta Silva.

Esquecida por décadas, sua obra só foi recuperada em 1962 pelo historiador paraibano Horácio de Almeida em um sebo no Rio de Janeiro – e, hoje, até seu rosto verdadeiro é desconhecido: nos registros oficiais da Câmara dos Vereadores de Guimarães está uma gravura com a face de uma mulher branca, retrato inspirado na imagem de uma escritora gaúcha, com quem Firmina foi confundida na época. O busto da escritora no Museu Histórico do Maranhão também a retrata “embranquecida”, de nariz fino e cabelos lisos.

O contato de Firmina com a literatura começou cedo, em 1830, quando mudou-se para a casa de uma tia um pouco mais rica, na vila de São José de Guimarães. Aos poucos, a jovem travou contato com referências culturais e com outros de seus parentes ligados ao meio cultural, como Sotero dos Reis, um popular gramático da época. Foi daí, e do autodidatismo, que veio o gosto pelas letras.

Quando se tornou professora, em 1847, Firmina já tinha uma postura antiescravista bem desenvolvida e articulada. Ao ser aprovada no concurso para professora, recusou-se a andar em um palanque desfilando pela cidade de São Luís nas costas de escravos. “Na ocasião, Firmina teria afirmado que escravos não eram bichos para levar pessoas montadas neles”, afirma Silva.

Mas era praticamente impossível para uma mulher expor sua opinião contra a escravidão – ainda mais uma mulher negra. Foi a estabilidade e o respeito alcançados como professora que abriram espaço para Firmina lançar seu primeiro livro, o romance Úrsula, no qual enfim publicaria seu ponto de vista sobre o tema.

Diferente dos escritos de mulheres da época, o romance não era “de perfumaria”, nem algo sem profundidade. Ao contrário: foi o primeiro livro brasileiro a se posicionar contra a escravidão e a partir do ponto de vista dos escravizados – antes até de Navio negreiro, de Castro Alves (1880), e de A Escrava Isaura (1875), de Bernardo Guimarães.

Em Úrsula, Firmina faz questão de mostrar a crueldade de Fernando, senhor de escravos e vilão da história. Mas a pérola do livro é a personagem Suzana, uma mulher escravizada que, frequentemente, recorda-se de sua época de liberdade. “É horrível lembrar que criaturas humanas tratem a seus semelhantes assim e que não lhes doa a consciência de levá-los à sepultura asfixiados e famintos”, escreve, em determinado momento. Para Silva, a forma é bastante característica de Firmina: “O escravo firminiano é, antes de tudo, aquele que fala da África, que só reconhece a verdadeira liberdade, no tempo em que vivia naquela África saudosa e nostálgica”.

Anos depois, quando já se firmara como escritora e professora – e quando o movimento abolicionista já estava mais difundido no Brasil -, a autora publicaria um conto ainda mais crítico, A escrava (1887), que conta a história de uma mulher de classe alta sem nome que tenta, sem sucesso, salvar uma mulher escravizada.

A crítica à escravidão chega a

ser literal: em uma passagem,

a protagonista diz que o regime

“é e sempre será um grande mal”.

“Os tempos eram outros. Em 1887, a escravidão era questionada no país inteiro. Em 1859, Maria Firmina dos Reis teve que usar um tom mais brando em seu romance, pois queria conquistar os leitores para a causa antiescravista. Leitores que, na sua imensa maioria, eram da elite e provavelmente tinham escravos”, afirma a pesquisadora.

Com o passar dos anos, tendo apenas um livro publicado, o nome de Firmina desapareceu. Para Silva, a insistência da autora em denunciar e criticar a escravidão pode ter sido a causa do obscurantismo. “O assunto de que tratava era insalubre demais, uma fala antiescravista em uma das províncias mais escravistas do Brasil. Não a levaram a sério localmente, não queriam ouvi-la falando. E ela não teve como levar seu texto para outros lugares.”

Pouco se sabe sobre outros possíveis textos de Firmina, sobre os detalhes de sua vida ou sobre como uma mulher negra de origem pobre alcançou tanto sucesso em pleno regime escravocrata. A própria biografia de Firmina, escrita por José Nascimento Morais Filho em 1975, tem como título Maria Firmina: fragmentos de uma vida.

“Autores como Lima Barreto e Machado de Assis [hoje reconhecidos como não-brancos] já têm uma fortuna crítica imensa, e por isso também sabemos muito mais sobre eles”, afirma Silva. “A de Maria Firmina dos Reis ainda está sendo construída. E acho que, em algum tempo, saberemos bem mais sobre a autora.”


Imperatriz: Pré-candidatos bolsonaristas colam em Lula

Bastou vazar uma sondagem técnica de que o governo do presidente Lula e a atuação do próprio presidente são bem avaliados pelo imperatrzense...