Projeto "Catadores de Direito" apresenta demandas em audiência Pública na Câmara Municipal

José Ferreira Lima, o Zezinho, representante da Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Imperatriz
Texto e foto: Sidney Rodrigues/ASSIMP
           
Acatando solicitação dos representantes da Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Imperatriz - ASCAMARI, a Comissão Permanente de Planejamento, Uso, Ocupação, Parcelamento do solo e Meio Ambiente da Câmara Municipal, recebeu os membros do projeto "Catadores de Direito" que fizeram apresentação de demandas relacionadas às pessoas que recolhem materiais e ao plano municipal de resíduos sólidos de Imperatriz com o apoio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH). O objetivo foi ouvir a explanação dos membros da entidade no referente ao plano municipal de resíduos, seus trabalhos e suas necessidades.
            
A Sra. Lourdes Nogueira, representante da Caritas Brasil e Sr. José Ferreira Lima (Zezinho) representante da ASCAMARI, apresentaram o que tem sido feito de organização social dentro do ofício dos catadores, dando assistência às famílias, principalmente crianças e adolescentes para que, trabalhando com coleta seletiva, possam ter todos os direitos para se tornarem cidadãos. Economia solidária, cidadania e cultura social, assim como o apoio da sociedade, poder público e catadores trabalhando juntos formando um tripé.
            
Falaram da necessidade do povo aprender a fazer coleta seletiva, principalmente com a política de resíduos sólidos dos catadores e como melhorar e facilitar todas as áreas, principalmente a de proteção e de saúde de quem faz as coletas. Abordaram também o efeito climático que vem se alterando ao longo do tempo e que graças à falta de cuidado com os resíduos tem um resultado desastroso, como o das chuvas deste ano que alagaram tudo e não tinham por onde passar.
            
“Os resíduos sólidos da cidade só aumentam, pois a cidade cresceu muito. A própria associação era bem afastada e hoje está no meio da cidade. São 36 toneladas por mês. Eram 11 pessoas em 2010 e hoje são quase 100 catadores de material. A infraestrutura de 480 metros quadrados também está ficando pequena, pois precisamos desenvolver outras atividades, como a compostagem que atinge todo resíduo sólido reciclável. O Aterro sanitário, coleta seletiva e catadores trabalham em conjunto e o trabalho da ASCAMARI é organizar os catadores. Investir na coleta seletiva não tem um retorno rápido, mas tudo é compensado pela saúde oferecida. Com um meio ambiente poluído dificilmente a população terá uma boa saúde”, declarou Zezinho.
            
E finalizou sua fala pedindo o titulo de utilidade pública para a associação, além de uma creche no recanto universitário para que os trabalhadores possam deixar os filhos enquanto estão no trabalho. Foram enviados ofícios com requerimento de mais espaço à prefeitura, secretaria e promotoria do meio ambiente, e os demais órgãos competentes.
            
A secretária de Meio Ambiente do município, Rosa Arruda informou que desde 2017 trabalha o plano municipal de resíduos aprovado pela Câmara em 2018 e o plano de coleta seletiva.  São mais de 400 toneladas de material reciclável entregue em um ano. Imperatriz é referência no estado e vários municípios buscam informações com base no trabalho da SEMARH que faz ações a curto médio e longo prazo. Capacitações, ações de apoio, palestras, reuniões, cursos profissionalizantes, apoio institucional ao projeto e tudo o que melhora a qualidade de vida dos catadores. “A preocupação é permanente com a coleta seletiva e estamos empenhados em incluir os catadores na implantação do aterro sanitário, que precisa de seleção de materiais”, disse.
            
Aurélio (PT), questionou o fato de o aterro sanitário já ter local para ser implantado, mas os moradores da Lagoa Verde não terem sido ouvidos, e sugeriu que seja feita uma audiência pública para saber a real opinião das pessoas que moram lá, o montante de rejeitos que será gerado em cima de 40 toneladas mês, para que seja implantada uma política seria de coleta seletiva, já que o espaço está pequeno. “Onde tem aterro existe a participação, estrutura e apoio do poder público para os catadores, e somente assim poderá haver uma demanda e uso de 20 anos para o aterro que não pode virar lixão, onde o sonho pode se transformar num pesadelo”.
            
Adhemar Freitas Jr (PSC), pediu cópia do requerimento com o tamanho atual da área e qual o espaço necessário para que seja encaminhado esse pedido a secretaria de regularização fundiária e não hajam entraves com algo tão importante. Solicitou também o estudo do local, e por que ele foi escolhido.
            
Vereadores se disseram impressionados com a estrutura e a organização da ASCAMARI, com o senso de comunidade, solidariedade, a estrutura que conquistaram e o trabalho que realizam. “Uma relevância gigantesca, que pode contar com a Câmara para tirar as expectativas do papel e do discurso, para pôr em prática o desejo dos catadores”. Finalizou Alberto Sousa (PDT), presidente da Comissão.

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