Violência sem fim

Não é o caso aqui de debatermos números, teses ou estudos de especialistas, mas de relatar de forma clara o temor e a insegurança vivida pelo cidadão comum por conta da variedade de crimes que se alastram impunemente em Imperatriz. Sente-se no cotidiano o sentimento de medo e indignação, a desconfiança em cada esquina e a ansiedade constante de a qualquer hora receber a triste notícia da violência contra algum parente ou conhecido, ou mesmo surpreender-se, cada um de nós, como vítimas dos bandidos e criminosos.

A violência é o mal da sociedade moderna? Estamos fatalmente a mercê dessa praga, e teremos que conviver com esse fantasma como fato corriqueiro de nossas vidas?

Os números, dependendo do lado de quem divulga ou tem interesse, balançam para cima ou para baixo, ao gosto das estatísticas frias. Mas o cotidiano sempre diz o contrário.

Estamos entregues a todo tipo de criminosos, desde os pés-rapados aos engomados de colarinhos brancos. Assaltantes, estupradores, pistoleiros, motoristas assassinos, pedófilos, traficantes, gangues de ruas. E assim a vidinha vai passando, nós de cá, reféns dos bandidos e de um sistema falido, e os caras de lá, mandando ver.

Todos nós sabemos de onde se origina esse quadro infernal. Começa na família, desestruturada, entregue ao consumismo e aos modismos baratos. E daí vai: um Estado (no sentido jurídico, e também político) incompetente para fazer seu papel de prevenir e combater o crime; concentração de renda; enorme fosso social; estrutura policial ultrapassada, policiais mal remunerados, etc, etc; crime organizado enraizado no meio social, desde lá de cima, das chamadas elites dirigentes, ou melhor, dominantes.

Cá embaixo o couro come. Nem mesmo podemos sair com uma sandália nova. Sacar um dinheiro no banco, então! 

Da violência doméstica, passando pelo trânsito assassino, ao domínio do comércio do crime (corrupção, tráfico de armas e drogas, assassinatos por encomenda), estamos todos, nós sociedade, condenados ao papel secundário de simples espectadores de uma realidade estarrecedora. O quadro, como diz o chavão, é trágico, triste, deprimente, repugnante.

Aonde vamos chegar? Ou quando vamos reagir?

A violência sem fim bate à nossa porta. Quem nos socorrerá? Pelo jeito, estamos entregue à própria sorte, ou à boa vontade (ou má, que é o caso) dos bandidos.

Não somos mais a capital da pistolagem, da grilagem, do roubo de carros, mas continuamos sim, vítimas de uma cidade violenta. 

De quem é a culpa? Cada um que tire suas conclusões.


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