O fantasma (de) Assis Ramos


Os fantasmas políticos do prefeito Assis Ramos podem se materializar em uma sequência fantástica, porém real, e transformá-lo no habitante solitário de um castelo em ruínas. A gravação feita pelo vereador Carlos Hermes (PCdoB), e divulgada nas redes sociais, com um suposto “funcionário fantasma”, de graduada posição no gabinete do prefeito, acendeu a luz amarela. A realidade bateu à porta, como um rastilho devastador do eco das ruas.

Fragilizado na avaliação popular, isolado politicamente, governando com doses mínimas de gestos e apoiado em uma publicidade agressiva, sem conteúdo, o prefeito mantém-se cambaleando, indo ao centro e às cordas, num bailado dramático de quem esqueceu ou perdeu (ou não tem) a técnica e apela para a superação, sem percepção do jogo lúcido da sobrevivência pública. É uma imagem prestes a trincar-se irremediavelmente.

Há que se reconhecer que o prefeito é um lutador queixo-duro, dado os golpes que vem suportando. Nessa hora, vale o espírito do delegado, acostumado com pressões e ameaças. Mas o político, este já sente a dureza da batalha.

É sabido e comentado no meio político, as viradas de humor do prefeito. Normal seria para qualquer político, porque a política é traiçoeira. No caso do prefeito, parece sinal de que acusou os golpes; basta ver o vídeo que gravou endereçado ao governador por ocasião da ressaca do caos que se instalou na cidade por causa das chuvas.

O caso do suposto fantasma – o cara ganha uma grana e, disse ele, combinado com o prefeito, só pisa na cidade e na Prefeitura, quando quer ou é requisitado – pode ser a ponta da tragédia.
      

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