Assis desagrada base aliada

Plenário da Câmara Municipal de Imperatriz na sessão desta quarta-feira (04)
O prefeito Assis Ramos praticamente fechou todos os canais de interlocução com a Câmara Municipal ao desagradar integrantes de sua base aliada com medidas unilaterais para conter a sangria na folha de pagamentos que pode comprometer-lhe o mandato por desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal.
Há uma espécie de motim velado entre os pares do prefeito. Na segunda-feira, o humor dos aliados bateu na porta do descontentamento extremo e a coisa ficou feia. 


Como bem observou o vereador João Silva na sessão desta quarta (04), ao referir-se à fala do colega Bebé Taxista, que havia pedido suspensão da sessão por dez minutos para tentar, de última hora, articular a candidatura de um nome apoiado pelo Palácio Renato Moreira à vaga aberta pela renúncia de Fábio Hernandez da vice-presidência: "Colega, aqui no momento não existe situação nem oposição". 

Oposição, claro, tem, e sedimentada e unida. A observação de Silva, porém, tinha recado e endereço certos e deixou claríssima a total desarticulação do que era pra ser, de verdade, o bloco governista.
 

Grave, ainda, é que o prefeito fechou-se em caixote de teimosia. Chegou ao cúmulo de desagradar sua frágil tábua de salvação parlamentar, algo inédito na relação entre os dois poderes em 90 anos de história da Câmara Municipal.
 

Eleito para a vaga de Hernandez, o oposicionista Rildo Amaral pregou a harmonia e jurou respeito ao Regimento da Casa, não obstante registrar que jamais mudaria sua maneira e sua posição de fustigar o Executivo nos embates legislativos. E, segundo ele, foi um dos bombeiros na crise de segunda-feira. Um oposicionista acalmando os governistas que lastimavam a indiferença do governo ao qual servem, democraticamente e legitimamente, no saudável e republicano jogo político e parlamentar dos interesses coletivos. Aliás, a questão da redução dos salários dos servidores efetivos como cortina de fumaça para tentar encobrir os gordos vencimentos de indicados da tropa de choque do prefeito é assunto de interesse coletivo relevante e tem sido pautado, de maneira firme, pela Câmara Municipal.
 

Até aonde o isolamento político do prefeito levará o agravamento da crise no relacionamento institucional entre os dois poderes, só o tempo dirá. Concretamente, o clima é de pessimismo, insatisfação e instabilidade.   
      

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