A colunista Maureen Dowd, do jornal norte-americano "The New York Times", afirmou nesta segunda-feira ser contrária à beatificação do papa João Paulo 2º.
"Como pode ser um santo se não protegeu as crianças inocentes?", questionou ela, em um texto publicado hoje pelo diário.
No passado, ao reunir-se com o então pontífice no Vaticano, a jornalista reconheceu o carisma e o papel dele na defesa da democracia.
Mas, segundo Dowd, "tanto era progressista sobre aqueles argumentos [democráticos], quanto era pesadamente retrógrado sobre os temas sociais".
Para Dowd, o pontífice, que ficou à frente da Igreja Católica entre 1978 e 2005, não tomou decisões para evitar possíveis crimes de pedofilia.
"Sem dúvida alguma, João Paulo 2º renunciou ao seu direito à beatificação quando não foi capaz de estabelecer um standard legal para afastar os pedófilos do sacerdócio", disse a jornalista.
A colunista ainda afirmou temer que o Vaticano torne-se Wall Street, "onde as sociedades dão aos administradores paraquedas dourados para compensá-los pelo estresse causado pelos ataques. A diferença é que o Vaticano oferece auréolas douradas".
A cerimônia de beatificação de João Paulo 2º está agendada para o próximo domingo, dia 1º de maio. Quem presidirá o ato será o atual papa, Bento 16.
A beatificação tornará João Paulo 2º beato e é a primeira fase para a canonização, quando é concedido o título de santo.
Agência Ansa
Em Folha.com
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