INDÚSTRIA DE ARMAS DEU R$ 1,5 MILHÃO A CANDIDATOS, DIZ TSE


BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO

Fabricantes de armas e munições declararam à Justiça Eleitoral ter doado R$ 1,55 milhão a candidatos que disputaram o primeiro turno.
O dinheiro financiou congressistas da chamada bancada da bala, que liderou o lobby contra a tentativa de proibir a venda de armas por referendo, em 2005.
As empresas mostraram ter boa pontaria: os três políticos que mais receberam recursos foram reeleitos.
Ex-líder do DEM, o deputado Onyx Lorenzoni (RS) foi quem declarou a maior contribuição: R$ 250 mil, divididos entre a Taurus e a Aniam (Associação Nacional de Armas e Munições), que reúne Taurus e CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos).
"Minha relação com o setor é antiga. Sobrevivi a uma tentativa de assalto e estou vivo porque tinha treinamento e arma na cintura", disse. "São doações às claras."
Lorenzoni já apresentou quatro projetos de lei que atendem interesses da indústria bélica. Um deles, em tramitação, isenta vigilantes de taxa pelo porte de armas.
O segundo da lista é o líder do PR na Câmara, Sandro Mabel (GO), que declarou R$ 180 mil em depósitos em espécie feitos pela Aniam. Abelardo Lupion (DEM-PR) recebeu R$ 120 mil da entidade.
O setor também ajudou novatos na política, como a senadora eleita Ana Amélia Lemos (PP-RS), que ganhou R$ 50 mil da Aniam.
Em São Paulo, informaram doações os deputados federais Paes de Lira (PTC) e Vicentinho (PT) e o estadual Fernando Capez (PSDB). Só Lira não conseguiu se reeleger. Os doadores não foram localizados ontem (anteontem).

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