Grande imprensa ignora prisão de Curió

Curió, o Carrasco do Araguaia
A cobertura e repercussão da morte de José Alencar, o futebol e o noticiário internacional (sobretudo as escaramuças na Líbia), jogaram pra detrás das cortinas a prisão do Carrasco do Araguaia, o oficial de reserva Sebastião “Curió” Rodrigues de Moura.

Não fosse um pequeno texto distribuído pela Agência Brasil e o destaque dado por blogues e veículos da mídia regional (Pará, Tocantins e Maranhão) o assunto tinha passado batido.

“Curió”, um dos militares responsáveis pela repressão à Guerrilha do Araguaia na década de 1970, foi preso na noite de quarta em Brasília durante uma operação de busca e apreensão a documentos da ditadura. A ordem foi dada pela 1ª Vara da Justiça Federal, atendendo a um pedido do Ministério Público Federal do Distrito Federal (MP-DF).

Os mandados, segundo a Agência Brasil, são mais uma tentativa de localizar documentos que possam revelar o paradeiro de corpos de militantes políticos que participaram da Guerrilha do Araguaia. As buscas foram feitas pela Polícia Federal e por oficiais de Justiça nas duas residencias do major Curió.

Segundo o MP-DF, foram apreendidos documentos, um computador e uma arma de fogo sem documentação. Todo o material apreendido será encaminhado para análise.

Após a prisão, o major prestou novo depoimento à Justiça e ao MPF. Em seguida, o oficial foi levado à Superintendência da Polícia Federal, onde foi autuado em flagrante por porte ilegal de arma. Por ser militar, Curió foi encaminhado à Polícia do Exército.

Mas nem a Polícia Federal nem o Exército registraram a prisão em seus sites. Nem uma notinha.

Recentemente, Curió admitiu que pelo menos 41 militantes foram executados após serem capturados pelo Exército.

Segundo a procuradora da República Luciana Loureiro, “as buscas e apreensões são uma tentativa de localizar documentos que possam revelar o paradeiro de corpos de militantes políticos que participaram da Guerrilha do Araguaia”, informa o Correio Braziliense.

Ainda de acordo com o Correio, “na terça-feira, o major Curió prestou depoimento à Justiça e ao MPF, por iniciativa própria, antes de ser encaminhado para a Superintendência da PF, onde foi lavrado um auto de prisão em flagrante por porte ilegal de arma”.

Informa também o diário de Brasília que... “Ex-agente do Serviço Nacional de Informações (SNI), o major Curió chegou ao Pará na década de 1970. Há dois anos, Jarbas Silva Marques, militante que ficou preso durante 10 anos do governo militar, afirmou que os documentos que estão em posse de Curió devem desagradar a cúpula das Forças Armadas. “Parece-me que Curió rompeu o pacto de silêncio mantido por seus colegas porque ele pode estar com medo de que lhe aconteça algo”, disse Marques, na ocasião”.

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